segunda-feira, 10 de junho de 2013

Esporte Interativo quer entrar na SKY ainda este ano.


Investimento de R$ 80 milhões da Turner permitirá ao canal esportivo entrar num mercado em que a competição pelo público é mais acirrada; acordo entre as empresas foi anunciado nesta segunda-feira

O Esporte Interativo tem pressa. O canal multimídia especializado em conteúdo esportivo quer crescer ainda este ano na TV paga. Para isso, nesta segunda-feira, o EI, como é conhecido, anuncia seu novo sócio. A Turner Latin America, do grupo Time Warner, investirá 80 milhões de reais e terá dois de sete assentos no Conselho de Administração - como antecipou o Radar On-line de VEJA no final de semana. A intenção é entrar nas TVs NET e Sky em 2013.

O maior ganho, claro, é a especialidade do novo sócio: os canais pagos. Dona de Cartoon Network, TNT, CNN entre outros, a Turner será a porta de entrada para o EI num mercado já ocupado no país por SporTV, ESPN, Fox Sports e BandSports. Para brigar de igual para igual com todos eles, os sócios apostam num conceito que está no DNA da empresa desde a sua criação em 1999: a multiplataforma. Hoje, o EI está na internet, nas redes sociais, no celular e na TV. Em todos eles, tem uma participação expressiva. No ano passado, por exemplo, relançou o site em parceria com o Yahoo e pulou do sétimo para o terceiro lugar em audiência no segmento esportes da internet no país, atrás de Uol e globoesporte.com. Até o final do ano, o EI vai lançar o canal em High Definition (HD).

Inicialmente, a participação da Turner no Esporte Interativo não será divulgada. O que se sabe é que a aquisição é de uma fatia minoritária relevante. “Queríamos manter o controle e buscamos um sócio que entendesse a nossa necessidade dentro do negócio”, diz Leonardo Lenz Cesar, um dos três sócios-fundadores que esteve diretamente envolvido no acordo com o grupo americano. Durante um ano, ele ficou mergulhado em longas reuniões, análises detalhadas, contratos extensos e os planos para o futuro. Lenz Cesar falou ao site de VEJA.

Por que a escolha da Turner?

Eles eram o único grande grupo americano de tevê paga sem um canal de esporte no Brasil. A Disney tem a ESPN e a Fox tem o Fox Sports. A Turner não tinha. Além disso, eles foram os criadores do conceito da ‘tevê em todos os lugares’ (TV Everywhere), que é o nosso conceito desde o início. Foi um acordo que permite a continuidade do que já fazemos.

O que a Turner acrescenta ao negócio?


Serão 80 milhões de reais de investimento e as duas vagas no Conselho. Mas nenhum dos sócios está mais rico. O que conseguimos, agora, é ter uma oportunidade para dentro de uma nova realidade. Até agora trabalhamos de maneira dura e difícil, sem poder fazer determinadas apostas de longo prazo. Com a entrada de um sócio grande, podemos planejar com tranquilidade.

O acordo é relevante pelo espaço na TV paga, que vocês não tinham?

Sem dúvida está entre os principais motivos do acordo. A Turner tem uma longa história em tevê paga. Nós estávamos em busca de acordos. A experiência deles nos Estados Unidos, um mercado mais competitivo e complicado que o nosso, vai ser muito importante, ainda mais com todas as transformações na área de entretenimento que estão em andamento. Vamos conseguir antecipar no Brasil muitas tendências com um sócio como eles.


Existe algum evento que o Esporte Interativo passa a ter os direitos imediatamente?

A princípio a programação continua como está. Temos tempo para discutir esse ponto e pensar o que podemos fazer nesse sentido. Um ponto, porém, é imediato. A Turner é muito forte na área de licenciamento. A marca Cartoon é bem explorada e queremos aproveitar esse conhecimento para nossos produtos, como a Copa do Nordeste. Temos 10 anos de direito de exclusividade em um torneio que mexeu com a região e foi um sucesso neste ano. Para nós, esse universo do licenciamento é novo e queremos aprender para explorar bastante com as nossas marcas.

O que o Esporte Interativo oferece para a Turner?

Nos próximos três, quatro anos, o Brasil vai ser o centro do que de melhor vai acontecer em esportes no mundo. É ótimo fazer parte de um negócio com essa perspectiva. Eles entraram buscando isso.

A Copa das Confederações está próxima, mas o clima esportivo continua gelado. Por que ainda confiar nessa previsão?

Concordo. A sensação que tenho é que o sentimento deveria estar mais forte agora. Não sei por que está demorando a pegar. Mas com a Copa das Confederações e a seleção brasileira jogando de forma constante no país, com os estádios inaugurados, vai pegar. É só pensar no Pan de 2007. Quando os Jogos começaram, houve um engajamento forte. Após a Copa das Confederações isso também vai acontecer. Até as Olimpíadas, muitos eventos mundiais de diversas modalidades vão manter o país aquecido. O brasileiro adora esportes.

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